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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"Nem as próprias mulheres querem ser feministas"


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Muitos não entendem o real significado do feminismo. A maioria dos homens acham que quem é feminista é lésbica e várias mulheres acham que o feminismo quer obrigá-las a não ter filhos, não ser donas de casa nem ter um relacionamento. Tudo isso é um pensamento equivocado. 

O feminismo quer que a mulher consiga se impor, não seja apenas um objeto. Quer que sejam donas de seu próprio corpo, de sua própria vida. Porém, existem as femistas, que são o extremo dos feministas. Elas acham que as mulheres têm que ser superiores aos homens e isso vai contra tudo o que o feminismo prega. Esse é um dos principais motivos que muitos odeiam o feminismo.

"Mulher
Talvez você nem saiba
O que é feminismo,
Ou o famoso machismo,
Mas já se sentiu mal
Diminuída pelo marido.
Sabe o que é ser violentada,
Silenciada, ameaçada.
Sentiu-se mal por ser 
A louca da história.
Limpou chão 
Até perder a glória.
Humilhada, induzida
À rivalidade,
Como se ser mulher 
Fosse competitividade.
Nunca te falaram de
Gaslighting, resiliência,
Empoderamento,
Sororidade..
Você nem sabe o que são 
Esse monte de palavras novas
Que agora umas minas aí
Gostam de encher a boca
Pra falar disso em seus discursos
Politizados, elitizados, universitalizados..
Mas ó, mulher
Você sabe bem o que é
Baixar a cabeça por tanto tempo
Pra homem.
Você faz isso em casa,
No trabalho, na rua.
Você sabe que nem sempre
Podemos ficar caladas
Diante de certos desaforos
E tantos abusos.
Você sabe, melhor do que ninguém
Que você fica linda com aquela roupa curta,
Aquela que te chamam de puta.
E que sua amiga tem também,
Porque compraram juntas
Cada uma de uma cor,
Pra não ficar igual,
Porque você sabe
Que são ÚNICAS!
Então, você sabe tanta coisa,
Que não aprendeu lendo uma tal
Simone de Beauvoir que caiu no Enem,
Que você nunca prestou
Porque sempre precisou cuidar dos filhos sozinha.
Sabe mulher, é com você que eu quero andar,
É por você a minha luta.
Em você vejo a minha mãe,
A minha vó, tia, irmã, vizinha.
Tua realidade parece com a minha.
A diferença é que eu aprendi 
Essas tais palavras estranhas e difíceis aí,
Mas quer saber?
Pra saber ser mulher
Não precisa teoria
Basta ser!"

Ariane Sartori


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Novos tempos



Revistas da década de 50 e 60

"Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas." (Jornal das Moças, 1957)

"Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem questioná-lo." (Revista Cláudia, 1962).

"A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa." (Jornal das Moças, 1965).

"Se o marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda a casa." (Jornal Moças, 1957).

"Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu." (Revista Querida, 1954).

"O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. Ele é quem decide - sempre." (Revista Querida, 1953).

"Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda, cheirosa e dócil." (Jornal das Moças, 1958).

"É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido." (Jornal das Moças, 1958).

"O lugar da mulher é no lar. O trabalho fora de casa a masculiniza." (Revista Querida, 1955).

"A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas." (Jornal das Moças, 1959).

O impressionante é que ainda existem pessoas que pensam da mesma forma. Os tempos mudaram, as mulheres não querem ser mais submissas, mas muitos ainda as vêem como subordinadas aos homens. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Racismo segundo Nei Lopes


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Nei Lopes: Racismo em debate

Paulinha e Pedrinho são filhos de pai negro e mãe judia. Fruto da mistura de raças, as duas crianças não conseguem entender por que certas pessoas são, em função de sua cor, tratadas de maneiras diferentes. O pai, Paulão, e a mãe, Lia, tentam explicar aos filhos a origem dessa distorção, chamada "racismo".
É a partir desse diálogo entre pais e filhos que o compositor, cantor e escritor Nei Lopes constrói "O racismo explicado aos meus filhos", seu livro mais recente, em que expõe origens e conceitos para que as crianças compreendam os males sócio-político-culturais que o racismo causa. Apesar do nome, a obra traz informações úteis para muitos adultos. Partindo desde os primórdios da Humanidade até os dias de hoje, viajando do Antigo Egito à sociedade contemporânea, Nei tenta jogar luz sobre algumas questões pertinentes: o Brasil é um país racista? Cotas para negros em universidades podem ajudar a acabar com a injustiça social? Questões cada vez mais em pauta na agenda do país, e que merecem ser discutidas.

Talvez a pergunta mais difícil, no entanto, seja também a mais básica: por que, afinal, existe o racismo? Por que algumas pessoas julgam que diferenças étnicas permitem-lhes discriminar o próximo? Nume entrevista exclusiva para o Viva Favela, Nei tenta responder:

" O racismo existe porque, um dia, alguém achou que havia uma hierarquia dentro dos grandes grupos humanos. Que uns eram melhores e mais desenvolvidos que outros. Houve até quem desenvolvesse teorias científicas sobre isso. Principalmente procurando mostrar que quanto mais fossem brancas, de cabelos lisos e narizes afilados, as pessoas seriam mais aristocráticas e mais inteligentes que as demais. E a partir desse argumento, os 'civilizados' dominaram os 'selvagens', contando-se entre estes principalmente os negros e índios. Mas hoje a ciência sabe que essa hierarquia não existe, do ponto de vista científico, ocorrendo  apenas circnstâncias históricas, sociais e econômicas que determinam o maior ou menor desenvolvimento dos povos. Pessoas menos esclarecidas, entretanto, continuam pensando como os antigos. Essas são as pessoas racistas. E elas estão em todos os lugares. É isso, o racismo tem em todos os lugares!"

Somos todas vadias



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Marcha das vadias

Por que surgiu?

O movimento surgiu no Canadá, quando um policial estava falando sobre a segurança e a prevenção ao crime, em 2011, afirmou que " as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas do ataque". Com essa frase ele está afirmando que as vítimas são as culpadas pelas agressões físicas e verbais e pelo estupro que sofreram, simplesmente por andarem com roupas que a sociedade não quer que elas usem. A culpa é sempre da vítima, não é mesmo?


Qual a importância desse movimento?

A Marcha das vadias chegou ao Brasil em 2011, um mês depois da primeira marcha que ocorreu no Canadá. Apesar da polêmica do nome, o movimento ganhou força, pois as mulheres refletiram sobre os usos e o poder da palavra "vadia". Há muito tempo os homens e até mesmo algumas mulheres têm usado a palavra "vadia" para justificar diferentes tipos de agressão. Afirmam que apanhamos porque somos "vadias", que merecemos ser estupradas porque somos "vadias". Que um decote ou uma minissaia nos tornam "vadias". O termo "vadia" oprime nossa sexualidade, pois nos torna um mero objeto de satisfação sexual.

"Mas usar roupas curtas é falta de respeito e amor próprio"

Este é um dos motivos para os movimentos feministas existirem. Queremos ser donas do nosso corpo, não queremos ser limitadas a usar apenas roupas "corretas" que as pessoas acham que devemos usar. Queremos usar qualquer roupa. Queremos sair na rua com um vestido e não sermos alvo de comentários maliciosos. Queremos ser livres.


O lema da marcha é: Se ser livre é ser vadia, então somos todas vadias. E ao gritarmos: Eu sou vadia, e você? reafirmamos que agora "vadia" virou sinônimo da mulher que luta e que não se cala diante da violência. É a nossa força de reação e o nosso poder de mobilização. Nossos polêmicos corpos à mostra escancaram a busca pelo fim da opressão. Chocamos a população? Sim. Esse é o nosso propósito e o grande questionamento que levamos para as ruas é: Por que o termo vadia é mais chocante do que os números da violência contra a mulher?"








segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Relatos - Parte III



Importância do movimento LGBT

Muitos falam que não são homofóbicos por não agredirem alguém e ter amigos LGBT's, mas vamos esclarecer algo: os preconceitos estão até em coisas pequenas, como por exemplo, uma piadinha estereotipando seus amigos LGBT's. Abaixo veremos relatos de pessoas que foram vítimas do preconceito:

"Eu e meu namorado temos receio de andar de mãos dadas em muitos pontos da cidade por medo de sermos vítimas de agressões verbais ou mesmo físicas, mas nossa melhor resposta tem sido ignorar e permanecer de mãos dadas mesmo sem saber como esses homofóbicos vão reagir." Gustavo, 27, Porto Alegre.

"Um homem me encoxou no ônibus lotado e quando tentei sair começou a me chamar de 'viadinho de merda', 'sujo'. Quando respondi ele me deu um tapa na cara. Depois que eu revidei tiraram ele do ônibus." Yuri, 20, São Paulo.

"Em plenos Jardins, em São Paulo, não consigo dar dez passos em paz com meu namorado sem ter alguém falando algo. É muito constrangedor, me sinto reprimido por uma coisa nata. A mesma coisa se eu sofresse preconceito por ter olhos castanhos, sabe?" Augusto, 25, São Paulo.

"Tava beijando um cara em uma galeria na Rua Augusta, quando um segurança 'me convidou' a sair do local. Ele falou que sabia que estava errado, mas só cumpria ordens, até me indicou a delegacia mais próxima para denunciar." Bruno, 29, São Paulo.

"Com 16 anos meus pais me deixaram em um sítio por um ano, onde fiquei sem estudar e ver amigos. Eles são muito religiosos. A relação só melhorou quando eu mudei de estado." Anderson, 26, Maringá.

Esses relatos mostram uma parte do que os LGBT's passam todos os dias. Imaginem-se sofrendo preconceitos por terem nascido: é por isso que eles passam, não uma vez ou outra, a vida inteira.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Relatos - Parte II



Por que existe o movimento negro?

Abaixo terá alguns relatos sobre o racismo no Brasil que foram divulgados pelo Projeto Senti na Pele:

"Eu namorava um menino havia um ano e meio, mais ou menos, tinha uma sogra que era daquelas implicantes, mas não era nada demais. Aí um dia a gente estava em uma festa da família dele e ele brincando disse 'a gente vai casar' e aí ela ficou séria e soltou no meio da mesa que a gente não ia casar porque ela não queria ter neto macaco."
Marina Morena, culinarista

" Na infância os 'amigos' me sacaneavam bastante. Me chamavam de Benedita, de Amélia Bicuda, macaco. Muitas coisas eu já ouvi e a gente passa a não dar valor porque quer evoluir sobre isso, não quer ficar preso a um pensamento pequeno, retrógrado, do passado. Eu acabo ignorando, mas mesmo assim incomoda. É uma coisa comum de se passar ainda nos dias de hoje."
George, montanhista

" Eu morava em um condomínio e tinha um vizinho, o nome dele era Pedro Henrique e uma vez eu estava na piscina, ele me empurrou na piscina e eu questionei por que ele estava fazendo aquilo. Aí ele falou assim:
- Porque você é preta."
Fernanda, profissional de RH

Os outros países consideram o Brasil como um país sem racismo. Eles estão totalmente errados. O racismo em si já é horrível, mas no Brasil é pior: Ele é disfarçado, encoberto. Muitos falam que os negros se vitimizam; e não entendem o motivo de tanta luta dos negros para conseguir igualdade e respeito. Esses relatos mostram o quanto o racismo ainda está presente no cotidiano, na nossa realidade. Está presente em qualquer lugar, inclusive numa piadinha inferiorizando os negros. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Relatos - Parte I


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Importância do feminismo

Muitas pessoas ainda não entendem o que é feminismo e nem para o que ele serve, então logo abaixo veremos um relato do porquê esse movimento existe.


"Hoje eu conheci a Amanda. Infelizmente não foi de uma forma agradável nem para mim e muito menos para ela. Saindo do curso, no centro de Caxias, entro no mesmo ônibus que pego todos os dias no mesmo horário, o 115 - Caxias x Nova Iguaçu, que passa por Lote XV, Wona, Belford Roxo, Prata, Posto Treze e finalmente Nova Iguaçu. Com apenas os bancos altos do ônibus e aqueles de trás vazios, eu resolvi ficar em pé mesmo, afinal, não estava cansado e odeio aqueles bancos altos. Coloquei minha mochila no chão e dei play numa música bem alta no iPod. No banco perto de mim tinha uma menina com uma mochila que parecia estar pesada no chão do ônibus. Do lado dela, uma mulher com duas crianças com brinquedos, balões de ar e brindes - pareciam voltar de uma festa de aniversário. A mulher preferiu ir para o banco de trás, onde tinham três lugares vagos, com seus filhos afim de não incomodar a menina. Eu abaixei pra pegar minha mochila e quando ia me preparar para sentar ao lado da menina, um cara entrou na minha frente e sentou. Como era mais velho, aparentava estar voltando do trabalho e tal, eu só coloquei minha mochila no chão outra vez e aumentei mais a música. Com o passar do tempo, fui percebendo que a menina olhava com um olhar desesperado pra mim. Isso estava me incomodando. A mochila dela, agora, estava no colo dela. Eu me senti tão incomodado que acabei guardando o iPod na mochila, ouvir música não estava me agradando. A menina continuava a olhar pra mim com um olhar desesperado. Em um ponto, perto do Wona, uma das crianças estourou um dos balões na parte de trás do ônibus e todo o ônibus levou um susto, inclusive o cara que estava do lado da menina. Quando ele virou pra trás, eu pude ler os lábios da menina que diziam claramente "me ajuda". O cara logo virou pra frente. Ele não esboçava uma emoção. Não olhava para os lados, só para frente. Não se movia nem quando o ônibus balançava demais. Fiquei sem ação. Larguei minha mochila no chão mesmo e fui pra parte fronteira do ônibus, na intenção de avisar o cobrador. Mas tive medo. Tive medo de, quando o cobrador andasse em direção ao homem, ele fizesse algo com a menina. Perguntei qualquer coisa ao cobrador pra disfarçar e voltei ao meu lugar mexendo no celular, passando de uma tela inicial pra outra do iPhone como se estivesse distraído. Guardei o celular no bolso e olhei para a menina. Dei um sorriso e falei bem alto, quase gritando: "Bruna, nem percebi que era você! Você tá muito diferente!" a menina, com a voz trêmula, falou: "É, eu pintei o cabelo e emagreci um pouco. Quanto tempo, João!" Comecei a puxar assunto com ela. Assuntos fictícios e reais. Peguei minha mochila e joguei no colo dela, falando "Segura aí pra mim." O cara teve que se afastar um pouco dela. Eu podia ver agora a mão direita dele que antes eu não conseguia ver. Todo o ônibus ouviu a nossa conversa. Falamos dos pais dela, de como o Romeo - meu cachorro - estava grande, das festas muito legais que ia e de como meu curso estava indo bem e eu estava prestes a me formar. Até que uma mulher e o esposo saíram do ônibus, deixando dois lugares livres na parte fronteira do ônibus. Peguei minha mochila, coloquei nas costas e puxei a 'Bruna' pelo braço. "Vamos sentar lá na frente comigo, liberou lugar." Com todo o ônibus prestando atenção na gente, o cobrador um pouco emburrado por eu estar atrapalhando o sono dele, aquele cara não pôde fazer nada. Fomos eu e 'Bruna' pra bem longe daquele homem. Bruna não era Bruna, era Amanda. Tinha um pouco mais que a minha idade e fazia Direito em Caxias, onde conseguiu uma bolsa admirável. Morava em um lugar em Nova Iguaçu que era realmente escuro e deserto. Ela estava com muito medo. Amanda chorou baixinho, repetindo tudo que o homem cochichou no ouvido dela. Amanda, com os dedos, mostrou o lugar onde o cara colocou uma faca nela. O homem já havia contado seu plano: ele iria com ela até a rodoviária em Nova Iguaçu, onde o número de passageiros do ônibus se reduziria a menos de cinco, e desceria com ela, abraçado, fingindo ser seu namorado ou pai. Levaria ela para qualquer lugar, a estupraria e, se ela fosse boazinha, deixava ela voltar pra casa. Mas ele avisou: "eu gosto de menina quietinha, se você gritar demais eu te meto a porrada, ouviu, sua piranha?"

Amanda estava com medo de pegar o celular para ligar para alguém e não queria ir à polícia sozinha, tinha medo dos policiais - típico, mas, quem não teria? - e o homem não saía do ônibus. Tive a ideia de descer com ela no meu ponto, perto da CEDAE em Belford Roxo onde há um espaço esportivo que está sempre com homens jogando futebol e bebendo cerveja, além de ser bem próximo da Delegacia da Mulher. Desci com ela e, quando olhei pra trás, o homem estava bem atrás da gente. Ele não havia desistido. Entramos no espaço esportivo e fui me aproximando de uns homens que bebiam e escutavam pagode alto. Amanda me segurou pelo braço e disse "Não, por favor, não. Eu só quero a minha mãe." Nesse momento eu entendi a tão chamada misandria. Ela tinha medo de homens, ela estava amedrontada. Aqueles homens provavelmente ajudariam ela, mas ela estava com medo. Ficamos perto do estacionamento do espaço e emprestei meu celular pra ela ligar. O homem, a essa altura, já estava bem longe dali. Ela ligou, a mãe dela chegou e ambas choraram na minha frente. A mãe dela tremia e me abraçou muito forte, repetindo muitas vezes "obrigada, muito obrigada". Expliquei pra elas onde era a Delegacia da Mulher e as duas seguiram seu caminho.
Mas Amanda será só mais uma. Ela foi só mais uma. Ela poderia ter sido só mais uma. Só mais uma menina estuprada. Só mais uma garota violentada. Só mais uma mulher assediada. Eu, muito assustado, peguei meu segundo ônibus a caminho de casa. Fui pensando por todo o caminho em como seria a vida da Amanda a partir de agora, e como seria a vida da Amanda caso tivesse acontecido todos os planos daquele homem. Amanda teria vida depois daquele homem? Quantas Amandas existem no mundo? Quantas Amandas sofrem com isso todos os dias? 
E vocês aí, dizendo que feminismo é palhaçada. Que mulher feminista é tudo mau comida. Feminazi, blá blá blá. Você não entende as mulheres extremistas. Você repugna a mulher que se afasta de um homem machista. Você acha palhaçada uma mulher que odeia assobios e cantadas no meio da rua. 
Eu não conhecia a Amanda e definitivamente não queria tê-la conhecido dessa forma. Mas te digo uma coisa: se Amanda não se considerava feminista antes, agora ela se considera. Não troquei contatos com Amanda, mas quero que ela saiba, onde ela estiver, que eu sinto muito. Eu sinto muito por existirem homens assim. Eu sinto muito por existirem seres humanos assim, Amanda. E provavelmente isso vai ficar na minha mente por um bom tempo, devo ter um ou outro pesadelo. Imagina a Amanda..."

Texto : Arthur Lucas Almeida

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